Não há desculpa para não vencer – História de vida que inspira

A história que vos escrevo agora, é uma história de vida real.

A Protagonista dela, preferiu preservar sua identidade. Por este motivo, a chamarei de Fênix. Em breve você entenderá o motivo.

Era uma vez, um dia em que todo dia era bom…” Só que não.

Fênix era uma pessoa como a maioria de nós. Classe média, vinda de uma família batalhadora e sem muitas posses, trabalhando muito e ganhando nem tanto assim, mas que sonhava com sua independência financeira e com uma aposentadoria tranquila.

Para ela, não ter herança e um emprego de alto escalão, não podia ser um veto aos seus sonhos. E focada em seus objetivos, não poupou esforços para encontrar meios de colocá-los em prática.

Era meados de 2008, a taxa selic girava em torno de 13% ao ano (Ah que saudades hahaha), o que fazia da renda fixa uma excelente opção de investimento. Em contrapartida, a inflação era bastante elevada também, logo, o retorno real da renda fixa não era tão lindo quanto parecia.

Fênix sabia disso e se dedicava intensamente aos estudos em renda variável (mercado de ações), para tentar uma rentabilidade melhor que da renda fixa e, desta maneira, conseguir aumentar seu capital (que era bem pequeno) numa velocidade maior.

Naquela época, as coisas eram bem mais difíceis que atualmente (ano de 2020) para investir no mercado de ações.

Não existia corretagem grátis, não existia custódia grátis, não existiam plataformas à preços acessíveis, não existiam bancos nem contas digitais (que não cobrassem tarifas para transferências) e poucas corretoras, aceitavam os pequenos investidores.

Em muitas delas o investimento mínimo girava em torno de R$10.000,00 (dez mil reais). E se hoje em dia, para nós, reles mortais, esse valor é alto… Imagine em 2008?

Mas obviamente não seria isso que impediria nossa Fênix de investir na bolsa de valores e aumentar seu capital numa velocidade maior. Ela pesquisou incansavelmente até encontrar uma corretora que aceitasse pequenos investidores, com investimento mínimo de R$1.000,00 (mil reais). E iniciou seu trabalho para conquistar “uma carteira de ações”, como ela diz de boca cheia.

Ela não conseguia poupar R$1.000,00 por mês. Isso era praticamente o que ela ganhava mensalmente. Sua capacidade mensal de poupança, girava em torno de R$350,00 (trezentos e cinquenta reais) e ela não podia investir seu dinheiro na Bolsa de Valores todos os meses. Isso porque sua Estratégia de Investimentos mandava ela manter 70% do seu capital na renda fixa e 30% na renda variável.

Mas Fênix tinha uma virtude muito rara atualmente: Paciência! 

Durante 3 meses ela poupava seu pouco dinheiro em pequenos bancos, como ensinei você Neste Artigo, e somente após este período, conseguia transferir o valor necessário para o investimento mínimo na corretora.

E podia fazer isso apenas uma vez no ano para respeitar sua estratégia.

Dinheiro disponível na corretora, basta mandar a boleta de compra da ação escolhida e ser feliz, certo? ERRADO. Nem sempre quando ela conseguia poupar os R$1.000,00 necessários, era um bom momento para comprar as ações que ela havia estudado e julgado interessantes.

Mas, utilizando sua admirável virtude, ela aguardava o momento ideal e apenas neste momento realizava suas compras.

E continuava deixando seu valor mensal na renda fixa, até que pudesse fazer um novo aporte na renda variável.

Acompanhava todos os balanços das empresas que possuía ações e daquelas que pretendia possuir. Analisava os demonstrativos para decidir se valia a pena permanecer com aquele papel ou se era melhor vendê-lo e comprar ações de outra empresa.

Sofria com a baixa liquidez do mercado fracionado, já que seu capital, na maioria das vezes, não era suficiente para comprar um lote do mercado à vista.

Sofria com as bruscas variações do mercado, que naquele ano vivia uma das maiores crises financeiras mundiais com a “bolha imobiliária” que estourara nos EUA.

E sabe o que ela fazia com isso? Aproveitava as oportunidades de comprar as empresas que queria, com bons descontos nos dias de grandes quedas da bolsa.

Vendia alguns ativos de blue chips para comprar small caps, que possuíam maior potencial de valorização (e maior risco consequentemente).

Todo e qualquer centavo que fosse remunerado por suas ações (dividendos e/ou juros sobre capital próprio), eram reinvestidos neste mercado.

Com todo este esforço e utilizando a mágica dos juros compostos… Em 5 anos, Fênix transformou um capital de R$5.000,00 (valor aportado por ela neste período), em inacreditáveis R$14.350,00 (quatorze mil, trezentos e cinquenta reais).

Sensacional, não? Ao final deste artigo, deixe seus Parabéns à Fênix, acho que ela merece.

E é óbvio que essa história termina com um final feliz, certo? ERRADO.

Na vida real nem sempre os finais são felizes…

Oito anos antes de Fênix iniciar essa busca para expandir seu capital, ela possuiu um comércio. O negócio não deu certo e ela precisou encerrá-lo.

Teve neste negócio dois funcionários. Por tratar-se de empresa pequena, o ponto era registrado em livro e não existiam câmeras internas nem PABX.

Fênix precisou se mudar de casa quando seu negócio não deu certo, foi para uma casa menor, num bairro ainda mais simples, já que sua situação financeira estava bem delicada. Nada era informatizado naquela época e boa parte da comunicação judicial se dava pessoalmente ou via correios (cartas).

E em 2013, recebeu a notícia que havia sido julgada à revelia (falta de contestação por parte do réu em relação à ação proposta em face dele) num processo trabalhista movido por uma de suas funcionárias. Ela alegava que o cartão de ponto estava incorreto e que o local de trabalho era insalubre.

E sabe aqueles R$14.350,00 que ela tanto lutou para conseguir em 5 anos? Pois é, deles, R$12.000,00 foram pagos à esta ação trabalhista.

Mas eu não contei o desfecho desta história para que você ache que isso acontecerá com você e encontrar uma desculpa para não lutar, para não vencer. Contei o desfecho desta história por dois motivos:

  1. Esta história não chegou ao fim. Fênix ainda é viva e em breve nos contará outra história;
  2. A vida real não é linda como as novelas e os contos de fadas. Coisas ruins acontecem. Não acontecem somente com você e não devem servir de pretexto para você não batalhar pelos seus sonhos e objetivos.

Eu sei que o texto ficou longo, mas se você chegou até aqui, é sinal que está no caminho certo para buscar seus objetivos.

Reflita sobre esta linda e triste história de vida de Fênix e faça como ela na crise de 2008, transforme ADVERSIDADES em OPORTUNIDADES.

 

Grande Abraço

Aline Porto

Sobre Aline Porto

Aline Porto Educadora financeira que passou de devedora a investidora e quer ensinar você a fazer o mesmo