As crianças mudaram… Você já deve ter ouvido bastante isso.
Eu diria que o que mudou foi o ambiente em que elas estão inseridas.
As crianças da década de 80 (pra não ir tão longe):
- Ainda brincavam na rua;
- Iam para a escola meio período;
- Conheceram computadores na adolescência;
- Não tinham celulares;
- Jogavam futebol, queimada, peteca, bets;
- Não tinham tanto acesso à informação.
As crianças de hoje:
- Não podem brincar na rua;
- Ficam nas escolas por período integral;
- Nascem na era da tecnologia e da informação;
- Antes de saber falar já sabem mexer no celular;
- Jogam só jogos eletrônicos;
- São “bombardeados” pela mídia do consumismo quase 24h por dia.
Bem diferente, não?
E todas essas mudanças no ambiente em que uma criança vive, trouxeram também mudanças no comportamento delas.
O Resultado?
Crianças que ainda usam fraldas, brincando com Tablets, celulares e video-games e as maiores, dando um verdadeiro “piti” com os pais, cada vez que assistem a um comercial com alguma novidade tecnológica.
E os pais? Na maioria das vezes, sem saber como explicar aos filhos que aquele celular tão legal que foi lançado, é muito CARO para o orçamento familiar.
Muitas vezes essa situação leva os pais a endividarem-se com inúmeros parcelamentos, já que é a única forma de adquirirem os presentes pedidos pelo filho.
Nada saudável para a vida financeira dos adultos. Concorda?
Nem para a das crianças.
Muitas delas acabam crescendo sem saber o real valor das coisas, sem ter ideia do quanto os pais batalharam para conseguir comprar tudo aquilo que elas pediam…
E estas crianças, tendem a ser adultos consumistas e endividados.
Certamente não é isso que você quer para o seu filho. Acertei?
Então, está na hora de ensinar a eles o preço das coisas. Aquilo que é Caro e aquilo que é “Barato” e cabe no orçamento familiar.
Mas como você fará isso?
Continue lendo, darei dicas infalíveis 😉
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Como as crianças aprendem?
Antes de responder a esta pergunta, preciso esclarecer que falo aqui de crianças entre 4 e 11 anos de idade. Antes disso, dificilmente a criança compreenderá as lições. Depois disso, elas compreendem muito mais facilmente e de outras formas também.
Crianças aprendem por associações. Os adultos também, aliás muitas técnicas de memorização utilizam esta prática. Mas para os pequenos, esse método é o mais indicado, quando não é o único, que as fará aprender o que você quer ensinar.
E como você irá aplicar associações para ensinar a uma criança o que é caro e o que é barato?
Exemplificarei:
Prefiro não estipular valores, já que tanto pais quanto crianças, possuem padrões de vida e consumo distintos, de acordo com sua faixa de renda.
Darei as dicas para que cada um aplique da maneira mais adequada ao seu orçamento.
O que você deu de presente ao seu filho na última data comemorativa? (Natal, aniversário, dia das crianças…)
Vou supor que foi um carrinho de controle remoto, dos modelos mais simples e que custou R$100,00.
Você passeia tranquilamente com seu pimpolho no shopping, até que vocês passam em frente aquela loja gigante de brinquedos… Ele se joga no chão, esperneia e fala que quer aquele Helicóptero de controle remoto.
Essa cena lhe parece familiar? E como você explica praquela criaturinha rodopiando no chão, que R$800,00 é MUITO CARO para você?
Associação!
Lembra do carrinho que você deu de aniversário? Muito bem. Sente com ele e explique que, para você comprar o Helicóptero, ele ficará durante 2 natais, 2 aniversários e 2 dias das crianças, sem ganhar ABSOLUTAMENTE NADA, já que o presente que ele quer, custa 8x o carrinho que ele ganhou (que cabe no seu bolso), e é muito caro para você.
Mas, se ele quiser aquele boneco legal do Ben 10, que custa também R$100,00 pode ganhá-lo na próxima data comemorativa, uma vez que o preço dele é menor e está mais dentro do seu orçamento.
É importante dizer que um produto é muito caro, para que a criança comece a associar que sempre que você disser que algo é caro, significa que ela terá que abrir mão de MUITAS coisas para conseguir aquilo. Como na cabecinha delas as coisas são mais simples, você estará praticamente ensinando que ela não ganhará presentes Muito Caros.
Em contrapartida, quando você disser que um produto é mais barato, ela sabe que a espera para ganhá-lo é bem menor.
E sinceramente, desconheço alguma criança que queira passar 2 anos sem ganhar nenhum presente por causa de outro. Crianças não possuem ainda o conceito de longo prazo, são mais imediatistas.
Faça isso com coisas de pequeno valor também, obviamente com associações diferentes. Por exemplo:
Sua filha quer uma blusa. A blusa custa R$20,00. Não é Cara. Explique a ela que aquela blusa custa o mesmo que 1 lanche do Mac 😉 e que se ela ficar sem a guloseima, você pode comprar a blusa. Ou um, ou outro.
Se seu filho quer tomar um sorvete naquela sorveteria artesanal, onde uma bola custa R$15,00, explique para ele que este sorvete é MUITO CARO e que ele pode tomar 7 sorvetes de casquinha, ao invés de apenas 1 bola dali. E faça a seguinte pergunta: Você prefere tomar um sorvete aqui hoje e ficar 7x sem mais nenhum? Ou continuar tomando suas casquinhas?
Viu como não é difícil?
Conclusão:
Você aprendeu neste artigo que as crianças conseguem compreender o conceito de Caro e Barato através de associações. E o quão importante é você ensinar aos seus filhos estes conceitos, para que eles não se tornem adultos consumistas e endividados.
A mídia e a tecnologia trabalham contra sua saúde financeira, por isso é tão recomendado que se ensine o quanto antes, qual é a realidade financeira da família que a criança pertence.
Espero que você tenha gostado desse artigo, e que não seja refém dos pedidos de presentes dos seus filhos.
Aguardo seus comentários e dúvidas nos campos abaixo.
Abraço
ALINE PORTO