Neste artigo vamos descomplicar a previdência privada, para que você entenda como ela funciona e analise se vale ou não a pena ter uma.
Vamos às lições:
Conceitos:
A Previdência Privada, ou Previdência Complementar, é um tipo de aplicação financeira, cuja principal finalidade é gerar uma renda extra, além da aposentadoria paga pelo governo.
Qualquer pessoa pode fazer um plano de previdência privada, mesmo se não contribuir com o INSS.
Quem oferece este tipo de investimento são os bancos de varejo em geral e alguns fundos de pensão.
A aplicação é dividida em 2 fases:
- Fase de acumulação de Capital
- Fase de Renda
A primeira fase é o período em que você está investindo mensalmente um valor.
A segunda fase é o período em que você receberá o capital acumulado mais os rendimentos do período.
IMPORTANTE: Diferente do CDB, Poupança e alguns outros investimentos em renda fixa, a previdência não é garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), portanto, se você for fazer um investimento deste, escolha um banco sólido e com boa saúde financeira. Se o banco quebrar, você perde o que aplicou.
Tipos de Previdência:
Aqui no Brasil, são comercializados dois tipos de previdência privada:
- VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) – Ideal para pessoas que fazem a declaração simplificada de IR, para profissionais liberais e/ou para quem já contribui com 12%, pois não é dedutível do Imposto de Renda.
- PGBL (Plano Gerador de Bnefício Livre) – Ideal para quem faz a declaração completa de Imposto de Renda, pois ele é dedutível em até 12% da base tributável do IR.
Quanto? Quando? E Quem deve investir?
Para responder as duas primeiras perguntas, você precisa ter em mente o seguinte:
- Quando você deseja iniciar a aplicação;
- Quando você deseja se aposentar;
- Quanto você quer receber de renda extra na aposentadoria.
Definindo isso, você consegue saber quais os valores dos aportes mensais (valor a ser investido mensalmente), e por quanto tempo precisará aplicar, para receber a quantia idealizada. A maioria dos bancos, possuem simuladores que calculam aproximadamente isso.
Este tipo de investimento é ideal para quem não tem Disciplina suficiente para fazer sua própria previdência. Lembra das Regras Básicas para Poupar quando não sobra dinheiro? Elas são fundamentais para seu planejamento financeiro.
Porquê eu digo que são ideais apenas para quem não consegue fazer sua própria previdência?
Porque os bancos aplicarão seu dinheiro, em títulos de renda fixa e alguns fundos de renda variável mais conservadores. Obviamente eles cobram por este serviço. E porque você precisa pagar aos bancos, se você consegue fazer isso sozinho? 😉
Taxas Cobradas:
Como disse acima, os bancos cobram para investir e administrar seus recursos. Abaixo, as taxas mais comuns dos planos de previdência:
Taxa de carregamento
Incide sobre as contribuições realizados. Em geral, estas taxas variam de 0 a 3%. Exemplo: se você aplica R$ 1.000,00 e a taxa de carregamento é de 2%, haverá um desconto de R$ 20,00 e o total aplicado será de R$ 980,00.
Taxa de administração
Custo da gestão dos ativos, percentual que o banco cobra para administrar seu dinheiro, que incide sobre a rentabilidade total da aplicação. Em geral varia entre 1,5% e 3% ao ano. Cuidado, pois esta taxa é a de maior impacto na aplicação, opte sempre pelo plano que oferece a menor taxa.
Taxa de saída
Cobrada no caso do resgate antecipado da aplicação. A maioria das seguradoras executam esta cobrança apenas nos primeiros anos. Algumas seguradoras impõe prazos de carência para resgates e transferências externas parciais ou totais.
Impostos Cobrados:
Quando você contrata a previdência, pode optar por dois tipos de tributação. Tabela Progressiva ou Regressiva de Imposto de Renda.
Na tabela Progressiva, o Imposto de Renda será de 15% retido na fonte, independente do prazo aplicado.
Na tabela Regressiva, o valor da alíquota varia de acordo com o prazo investido, conforme a tabela:
Se você pretende resgatar o investimento antes de 10 anos, a tabela Progressiva é mais vantajosa. Se o resgate for após 10 anos, a tabela regressiva é melhor opção.
Como já ensinei a vocês no nosso artigo sobre CDB, o IR é cobrado somente sobre o valor do rendimento.
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Tipos de Renda:
Você também pode optar por tipos de renda diferentes. As opções são:
- Renda temporária: você recebe uma pensão por um período determinado. Se você optar por 10 anos por exemplo e viver por 20 anos, receberá somente nos primeiros 10, o valor mensal. Porém, se você morrer antes dos 10 anos, o benefício “cessa”, mesmo que haja “saldo remanescente”.
- Renda vitalícia: você recebe uma pensão mensal enquanto viver, ou seja, ao passar dessa para uma melhor, o benefício cessa imediatamente, independente de eventuais “saldos remanescentes”.
- Renda vitalícia reversível ao beneficiário: você recebe uma pensão mensal até falecer, e quando isso ocorrer, um percentual desse dinheiro é revertido a um beneficiário (indicado em contrato) até sua morte.
Produtos Adicionais:
Existem alguns produtos adicionais que você pode escolher, quando fizer uma previdência privada. Pagando mais por isso, obviamente. Os mais comuns são:
- Pecúlio por morte: caso você venha a falecer antes do período de renda, o beneficiário recebe o montante integral acumulado até a data. Por lei, o montante será dos seus Herdeiros, mas se você optar por este produto, indicará o beneficiário deste valor;
- Pensão por prazo certo: semelhante ao caso anterior, com a diferença de que o recebimento da aplicação ocorre em parcelas (no formato de pensão);
- Pensão a filhos: o(s) filho(s) menor(es) de idade receberão uma pensão mensal até atingirem a maioridade, no caso do seu falecimento;
- Pensão ao cônjuge: semelhante à opção anterior, porém destinada a apenas um beneficiário (em geral o cônjuge ou companheiro);
- Renda por invalidez: caso você venha a se tornar inválido durante o período de acúmulo, você receberá uma renda mensal, uma espécie de seguro por invalidez.
Conclusão:
Se você não tem disciplina suficiente para poupar mensalmente, pensando no seu futuro, a previdência privada pode ser uma boa alternativa.
O foco deste investimento deve ser o longo prazo, pensando em sua velhice. Se você não sabe se precisará do valor no curto ou médio prazo, é melhor optar por outro tipo de aplicação.
As taxas cobradas pelos bancos são bastante elevadas, e você deve levá-las em consideração antes de optar por essa modalidade de investimento. Ao final de um longo período, esses percentuais que parecem pequenos, fazem muita diferença no total acumulado.
Escolha com muito cuidado o banco ou seguradora que contratará o serviço. Lembre-se que a previdência NÃO É GARANTIDA PELO FGC.
Espero que você tenha gostado desse artigo e tenha entendido o que é a previdência privada. Mas caso tenha qualquer dúvida, ou queira dividir conosco sua experiência nesse tipo de investimento, utilize o campo abaixo.
Abraço
ALINE PORTO
O Artigo “Como Funciona a previdência” foi uma das fontes deste texto.